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Na escola, todos devem ter a experiência de vivenciar as práticas
esportivas juntos, sem a distinção de gênero. Aproveite os Jogos
Olímpicos de Londres, que acontecem em julho, para discutir a questão
com a garotada
Um recorde importante será quebrado nos Jogos Olímpicos de Londres, que
acontecem em julho deste ano. E não tem nada a ver com velocidade e
tempo de prova. Pela primeira vez na história, as mulheres competirão em
todas as modalidades. E, para a edição de 2016, mais novidades: segundo
o Comitê Olímpico Internacional (COI), todos os novos esportes
incorporados aos jogos - como o rúgbi - deverão ter disputas para os
dois sexos.
Realmente, a democratização das categorias é um passo em direção à superação da diferença entre gêneros (leia, abaixo, a linha do tempo que apresenta as principais conquistas das mulheres nos Jogos Olímpicos).
No entanto, na maioria dos esportes, eles e elas seguem competindo
separadamente - em Londres, das 33 modalidades, só duas terão provas
mistas: o hipismo e o badminton.
Você deve estar se
perguntando se homens e mulheres têm condições físicas de competir
juntos e uns contra os outros. A resposta é sim. Segundo Marcos Neira,
docente da Universidade de São Paulo (USP), o fato de eles serem
tachados como mais rápidos e mais fortes que elas não corresponde a uma
realidade comprovada. "Se não existissem ideias como essas, meninos e
meninas seriam vistos da mesma maneira tanto na escola quanto na
sociedade", explica.
Polêmico no mundo esportivo, o assunto pode ser analisado especialmente
na escola, que deve proporcionar a prática esportiva para além das
competições. "A Educação Física tem de propor a discussão sobre as
diferenças, levar a turma a pensar a respeito do tema e desconstruir
ideias produzidas pela cultura. Às vezes, estereótipos como ‘correr é
coisa de menino’ são alimentados pelos próprios educadores", afirma
Neira.